Em 2020, o Conjunto CFESS-CRESS aprovou, por consenso, a realização da campanha de gestão para o triênio 2020-2023 com o tema “Mulheres: assistentes sociais contra o trabalho explorado, toda forma de opressão e em defesa da vida!”. No contexto em que o tema foi debatido, se destacavam as condições de vida das mulheres na pandemia, em especial, os aspectos sociais, econômicos, de saúde e a violência doméstica. Um levantamento preliminar aponta que 92% da categoria de assistentes sociais são de mulheres (cisgêneros, transexuais e travestis).
A professora e referência do Serviço Social, Marilda Iamamoto, explica, em seu livro em parceria com Raul de Carvalho, Relações Sociais e Serviço Social no Brasil (2008), as origens da profissão e sua predominância feminina. No texto, ela aborda características enraizadas e culturalmente legitimadas na sociedade como do “feminino”, como a idealização sobre a vocação natural da mulher para as tarefas educativas e caridosas.
Mas qual o impacto disso hoje, mais de 80 anos depois das primeiras escolas de Serviço Social no Brasil? O que o debate sobre o feminismo tem a ver com o Serviço Social? O que significa ser assistente social mulher? Como uma profissão majoritariamente feminina lida e percebe as desigualdades patriarcais de gênero que afetam a população usuária do Serviço Social, que também é em sua maioria feminina? Como isso impacta nas políticas sociais?
A campanha “Nós, Mulheres, Assistentes Sociais de Luta” tem o intuito de provocar estas reflexões, valorizando e defendendo o trabalho desta categoria, formada por mulheres em quase sua totalidade .
Campanha de Gestão 2020-2023 CFESS-CRESS Nós, Mulheres, Assistentes Sociais de Luta. Todos os direitos reservados. As fotos de assistentes sociais foram cedidas para uso da campanha, não podendo ser utilizadas, copiadas ou reproduzidas sem autorização das próprias profissionais.